
CN Mútuas participa de Grupo de Trabalho da Susep sobre regulação do sistema mutualista
20 de outubro de 2025Durante live, representantes do mutualismo reforçam a necessidade de preservar a essência das associações e ampliar o prazo de discussão junto à Susep
Na tarde desta terça-feira, 28 de outubro, o setor mutualista brasileiro se reuniu em uma live decisiva sobre o futuro das associações de proteção veicular e de benefícios mútuos. O evento, promovido pelo IEGS (Instituto de Empreendedores e Gestores Sociais), em parceria com o Sinibref e a Fenibref, contou com o apoio da FAN (Força Associativa Nacional) e da CN Mútuas (Confederação Nacional das Mútuas do Brasil).
Com o tema “Mutualismo: tragédia ou salvação? O que vem por aí?”, a transmissão apresentou uma iniciativa inédita e estratégica que pode redefinir os próximos passos da regulação do setor no Brasil.
Participaram do encontro a presidente do Sinibref e da Fenibref, Elaine Clemente, que conduziu a mediação, o deputado estadual Karlos Cabral (GO), o presidente da FAN e da CN Mútuas, Cauby Morais, e o advogado Luis Augusto.
Entre os principais pontos discutidos, destacou-se a necessidade de garantir que a futura lei mantenha a essência das associações de socorro mútuo, respeitando sua natureza colaborativa e comunitária. Também foi anunciado um plano de mobilização nacional, com abaixo-assinado em defesa de um prazo maior para a participação das entidades no processo de regulamentação conduzido pela Susep, além de reconhecer e incluir as pequenas associações.
Segundo Elaine Clemente, “quando você contempla uma associação pequena, você está contemplando todas”, enfatizando que é preciso zelar pelas menores entidades, pois “tudo aquilo que a pequena conseguir cumprir, a grande tem muito mais condição.”
Já Karlos Cabral, uma das vozes mais ativas do associativismo no país, foi firme ao defender que a regulação deve reconhecer e aperfeiçoar o que já existe, sem descaracterizar o setor, fazendo uma crítica às administradoras. “Não se deve criar um novo segmento, mas sim regular o que já existe. É essencial ouvir as associações que atuam na prática para garantir que a regulação reflita a realidade do setor.” O parlamentar reforçou ainda a importância de a Susep estender o prazo de consulta, permitindo a inclusão de todas as associações brasileiras no debate.
Na mesma linha, Elaine Clemente ressaltou a importância do diálogo. “O que precisa é de calma, tempo para a gente achar o melhor modelo, refutar o que está posto, dialogar e construir com tranquilidade. A impressão que dá é que nós estamos em uma relação de subserviência, e isso precisa mudar.”
Para o advogado Luis Augusto, o momento é histórico e exige profundidade. “O que está acontecendo é um movimento extremamente importante. A principal mensagem dessa live é a necessidade de tempo de discussão e tempo de regulação. Precisamos de uma regulação digna, construída com diálogo e coerência”, resumiu.
Cauby Morais é enfático ao afirmar que a insatisfação deve dar lugar à ação.
“A Susep ainda não compreende com clareza o que é o nosso movimento. O mutualismo trouxe acolhimento para quem estava sendo perseguido e foi a salvação de muitas associações. O que precisamos agora é despertar na Susep a consciência do que somos, da nossa identidade”, destaca. Ele reforça que é hora de frear a velocidade das decisões que vêm sendo tomadas e agir com unidade. “Por isso lançamos o manifesto, que se materializa em um abaixo-assinado nacional, que será encaminhado à Susep”, completa.





